Space Factory – Construção em madeira na Coreia

03.06.2025   |   Pyeongtaek   |   Coreia do Sul

Semelhante ao Japão, a construção em madeira também tem uma longa tradição na Coreia do Sul. O prédio residencial clássico é o “Hanok”, uma casa de madeira que oferece um alto nível de conforto com piso aquecido e paredes de barro que regulam o clima. Os hanoks ainda são construídos hoje seguindo a antiga tradição artesanal, e os mestres marceneiros estão entre os profissionais mais bem pagos do país. E eles têm grandes habilidades artesanais: não é por acaso que o competidor da Coreia do Sul foi eleito o melhor carpinteiro do mundo na Holz 2022, na Basileia. Ao contrário do Japão, onde os principais fabricantes de automóveis operam fábricas de casas de madeira com altos volumes de produção, a construção em madeira é um fenômeno mais marginal na Coreia do Sul. A maior parte da população vive nas cidades grandes, onde os edifícios geralmente são feitos de concreto armado. Nichos para construção em madeira podem ser encontrados nas periferias das cidades e em áreas rurais, onde a demanda por métodos de construção saudáveis e sustentáveis está em constante crescimento. Isso levou a um aumento constante na construção em madeira nos últimos anos, não apenas em prédios residenciais, mas também em propriedades comerciais de alta qualidade. Outro indício para a crescente popularização da construção em madeira no país seja talvez o fato da Blumer Lehman AG ter recebido o contrato para um clube de golfe exclusivo com telhado em forma livre em Pocheon no início da década de 1920.

Casas modulares modernas

Um dos novos participantes do mercado de construção em madeira na Coreia do Sul é a Space Factory, na província de Gyeong-gi-Do, que começou a construir prédios residenciais com estrutura de madeira em 2004, ainda sob o nome Hangulhousing. A empresa se concentra em prédios residenciais modulares de dois e três andares em locais suburbanos ou rurais muito procurados. A Space Factory é líder de mercado nacional neste segmento. A área de entrega abrange toda a Coreia do Sul.
Até o final da década, os componentes ainda eram em grande parte fabricados no canteiro de obras, usando o modelo americano de stickframing, o que causava problemas na qualidade da construção e gerava altos custos de construção. “Para enfrentar esses desafios, investimos em pré-fabricação manual dos EUA”, lembra o CEO Park Jung-jin. “Por um lado, isso visa melhorar a garantia de qualidade de nossas casas. Quando os carpinteiros trabalham no canteiro de obras, o resultado geralmente depende muito da condição do trabalho no dia. Isso requer controles de qualidade regulares e abrangentes – e mesmo assim, não é possível obter a mesma qualidade dos componentes da pré-fabricação no galpão.” As condições climáticas na Coreia do Sul também foram um forte argumento a favor da pré-fabricação: “Temos verões muito chuvosos e invernos frios aqui, o que leva a interrupções de trabalho de quatro a cinco meses todos os anos quando a produção é realizada no local. Por fim, queríamos reduzir nossos custos por meio da pré-fabricação. Isso é praticamente impossível de ser alcançado no canteiro de obras. Com a pré-fabricação no galpão, no entanto, há uma abundância de possibilidades para implementar estratégias de redução de custos no processo de fabricação."

1000 casas por ano

Com o investimento em uma linha de produção manual, veio a mudança para a pré-fabricação de módulos completos. Elementos de tábuas unilaterais foram produzidos, montados em módulos e fechados após a instalação dos sistemas de encanamento, aquecimento e eletricidade. Um método de fabricação que logo atingiu seus limites devido aos processos de trabalho manuais e ao galpão relativamente pequeno. O CEO Park Jung-jin, portanto, reconheceu rapidamente a necessidade de mais automação: "Para mim, isso foi motivo suficiente para ir à LIGNA em Hanover, em 2019, onde encontramos diversas empresas da Itália, Grã-Bretanha, Suécia e Alemanha que oferecem linhas de produção correspondentes. Entramos então em contato com a empresa que nos ofereceu as soluções mais completas e profissionais: a WEINMANN." Mesmo naquela época, a empresa, que produzia de 150 a 200 casas por ano, tinha como objetivo crescer para uma produção anual de 1.000 casas. Também se tratava de desenvolver ainda mais a qualidade: embora a Coreia do Sul tenha sido guiada por muito tempo pelos padrões americanos de construção em madeira – que também cobrem cerca de 90% de suas necessidades de madeira – regulamentações mais rigorosas em relação aos padrões de isolamento agora estão forçando os fabricantes a adaptar suas estruturas de paredes. O CEO Park Jung-jin sentiu que a WEINMAN era a parceira certa para atingir ambos os objetivos: “As máquinas da WEINMANN são muito mais rápidas e precisas do que os equipamentos de produção manual, o que nos permite produzir peças de alta qualidade em grandes quantidades. Sua flexibilidade em termos de construção de componentes também nos permite cumprir facilmente com os padrões de isolamento coreanos." Na opinião de Park Jung-jin, a WEINMANN, como subsidiária da HOMAG Group AG, “também oferece a vantagem de ter unidades em todo o mundo, inclusive na Coreia do Sul. Isso significa que nos beneficiamos de um serviço pós-venda profissional local incluindo treinamento, manutenção e suporte rápido em caso de problemas. Essa proximidade local foi decisiva para escolhermos a WEINMANN.”

Transição perfeita

O contato inicial com uma visita à Weber Haus foi seguido por uma longa conversa, na qual foi surgindo a imagem de uma linha de produção muito bem equipada, com uma estação de colocação de ferrolhos automatizada, um total de 16 mesas de processamento e cinco pontes multifuncionais, vários centros de corte e duas linhas para montagem de módulos. O motivo do longo período de desenvolvimento, que durou até 2022, foi a busca do cliente por um terreno adequado. Esta fase terminou em outubro de 2022 com a cerimônia de inauguração de um pavilhão de 200 m de comprimento e 90 m de largura. A partir do início de 2024, este pavilhão foi gradualmente equipado com as estações de trabalho encomendadas, e a empresa iniciou a produção em sua nova sede em setembro. Após o treinamento no local dos funcionários pela WEINMANN Academy, a empresa foi acompanhada por cinco semanas por um instrutor que deu continuidade ao treinamento durante as operações em andamento e também deu dicas sobre como a nova produção poderia ser ainda mais eficaz por meio da adaptação dos produtos. A transição da antiga para a nova fábrica foi tranquila e sem problemas: a Space Factory está atualmente produzindo em um ritmo de 20 minutos por (multi) elemento, o que está muito próximo do ciclo de tempo previsto de 15 minutos: a meta de 1.000 casas por ano agora está ao nosso alcance.

Próximo passo planejado

Como resultado das etapas de modernização, a Space Factory deu um salto exponencial da estrutura de madeira para a construção modular moderna em meia década. Paralelamente à melhoria na estrutura de custos, a participação de mercado também cresceu significativamente. Park Jung-jin: “Casas acessíveis são a chave para o sucesso em nosso mercado.” Enquanto isso, o CEO da Space Factory já está olhando para a próxima etapa de crescimento de sua empresa: “Agora alcançamos um marco importante em nosso desenvolvimento, mas este ainda não é o ponto final que tenho em mente para a Space Factory. Ao contrário da Alemanha, não há prédios de madeira com mais de quatro andares na Coreia do Sul. Em colaboração com a WEINMANN, planejamos expandir o mercado de casas modulares de madeira para que também possamos construir prédios com mais andares no futuro." Park Jung-jin aconselha fortemente os colegas da construção civil a seguirem seu exemplo: “Também é verdade que está se tornando cada vez mais difícil encontrar trabalhadores qualificados em todo o mundo e que a mão de obra está se tornando cada vez mais cara. A pré-fabricação, a mecanização e a automação são uma saída para esse dilema, que pode se tornar um argumento de venda para uma empresa por meio da redução de mão de obra manual e da consequente economia de custos. Se eu tivesse que dar um conselho a outras empresas de construção em madeira, seria para reduzir sua dependência de mão de obra por meio da automação, mesmo que isso possa inicialmente resultar em custos mais altos."