Fábrica no Paraná com integração internacional reduz custos na modernização
A Simonetto, indústria de móveis planejados, está construindo uma nova planta industrial no Paraná, com previsão de conclusão para dezembro de 2025. Para equipar a unidade, a empresa investiu em uma linha completa de soluções HOMAG
No conceito Lote 1, ou seja, peças únicas, sem padronização seriada, sistema totalmente automatizado que marca um avanço rumo à Indústria 4.0, o projeto contempla o gerenciador de produção, seccionadoras robotizadas, linha de colagem Tandem, linha de furação e linha para peças estreitas, todas integradas para garantir eficiência, precisão e flexibilidade no processo produtivo. Para falar sobre a relevância dessa parceria e os diferenciais tecnológicos da solução, conversamos com Christian Büscher, Gerente Comercial e de Assistência Técnica da HOMAG Brasil.
Como a HOMAG estruturou esse projeto junto à Simonetto para atender às necessidades da nova planta?
O cliente tinha como objetivo ampliar sua planta industrial e implementar um conceito de produção totalmente alinhado à Indústria 4.0. Para atender a essa necessidade, organizamos uma visita à Alemanha, onde a empresa pôde conhecer fábricas equipadas com linhas altamente automatizadas e robotizadas, semelhantes ao que buscavam para sua nova unidade.
O desafio era desenvolver uma linha capaz de produzir no conceito Lote 1, ou seja, peças únicas, sem padronização seriada, com diferentes cores, dimensões, espessuras e acabamentos de bordas. Além disso, o cliente desejava que todo o processo fosse automatizado, com o mínimo de intervenção humana.
A HOMAG já era fornecedora das soluções utilizadas pela Simonetto em outras operações, o que reforçou a confiança em manter esse padrão tecnológico. A partir disso, propusemos um projeto híbrido, combinando tecnologias produzidas na Alemanha, Brasil e China, o que permitiu reduzir significativamente os custos – em quase 50% – sem abrir mão da inovação e da performance esperadas.
De que forma a integração entre o gerenciador de estoque de duas pontes, as seccionadoras robotizadas, linha de corte, a linha de colagem, a linha de furação e a linha de peças estreitas garante eficiência no processo produtivo?
O grande diferencial dessa linha é a integração completa entre todas as células de produção. O fluxo vai desde o gerenciamento de chapas até as etapas finais de furação, passando por corte, colagem e usinagem. Tudo isso é coordenado por um software central, que conecta as máquinas entre si e também se integra ao sistema do cliente.
Na prática, isso significa que, quando um cliente final realiza um pedido em uma loja da Simonetto, o sistema já processa automaticamente as informações, gera a lista de peças, define quais chapas serão utilizadas e envia as instruções diretamente para a linha de produção.
As máquinas, por sua vez, “sabem” exatamente qual corte realizar, qual borda aplicar e qual furação executar, entregando uma peça pronta no final do processo. E tudo isso pode ser feito com apenas 4 a 6 operadores.
Esse é o verdadeiro conceito de Indústria 4.0: máquinas interligadas, softwares inteligentes e produção altamente eficiente, com precisão e rastreabilidade em todas as etapas.
Quais são as tendências de automação e digitalização que a HOMAG enxerga para o setor moveleiro nos próximos anos?
O setor moveleiro enfrenta desafios distintos em diferentes regiões: no mundo, o principal obstáculo é o alto custo da mão de obra; no Brasil, a maior dificuldade é a falta de qualificação. Em ambos os cenários, a automação se apresenta como a solução mais eficiente, reduzindo a dependência de operadores e aumentando a qualidade e consistência do processo produtivo.
A HOMAG tem investido fortemente na integração de máquinas com softwares inteligentes, garantindo linhas cada vez mais autônomas e conectadas. Um exemplo é a plataforma tapio, que está sendo lançada no Brasil e oferece um ecossistema digital para monitorar, otimizar e gerenciar toda a produção em tempo real.
A tendência é clara: o futuro da indústria moveleira está na digitalização e na automação, com sistemas interligados que proporcionam maior flexibilidade, eficiência e competitividade para as empresas do setor.